BebĂȘ nasce com DIU colado ao corpo e caso viraliza nas redes





Quando Bernardo nasceu, ainda na sala de cirurgia, um detalhe inusitado chamou a atenção dos pais e da equipe mĂ©dica. O DIU da mĂŁe apareceu colado ao corpo do bebĂȘ, bem na regiĂŁo do bumbum. A imagem registrada viralizou nas redes e gerou curiosidade.


A foto, publicada no Instagram pela ginecologista e obstetra Rafaela Frota, mostra o recém-nascido com o dispositivo intrauterino (DIU) colado ao corpo logo após o parto.


“Esse Ă© o pequeno Bernardo, nasceu hoje por uma cesariana de emergĂȘncia, chegou chegando e estreou nesse mundĂŁo com o DIU da mamĂŁe coladinho no bumbum”, escreveu ela na publicação.


Segundo Rafaela, o dispositivo nĂŁo estava perfurando a pele do bebĂȘ, apenas se aderiu na camada de vernix, uma substĂąncia branca que protege os recĂ©m-nascidos ainda no Ăștero. “O DIU Ă© um mĂ©todo muito seguro, mas como qualquer outro, tambĂ©m possui taxa de falha, mesmo que baixa”, afirmou a mĂ©dica.


Surpresa aos trĂȘs meses


A mãe de Bernardo, Amanda Gomes, 31, conta ao Metrópoles que sempre acompanhou de perto a colocação e manutenção do DIU. Ela usou o modelo de cobre por cinco anos antes de trocar, em 2021, para a versão hormonal Kyleena. Desde então, realizava ultrassonografias e exames preventivos com regularidade.


“Com o DIU hormonal, eu nĂŁo menstruava hĂĄ quase trĂȘs anos. Um dia tive um grande sangramento e achei que o DIU tinha deslocado. Fui Ă  emergĂȘncia, fiz ultrassom transvaginal e beta HCG. Foi aĂ­ que constataram uma possĂ­vel gestação, confirmada com imagem de um saco gestacional de nove semanas, jĂĄ com batimentos cardĂ­acos. Foi surpresa total”, relembra.


Com o avanço da gestação, os mĂ©dicos conseguiram localizar o DIU em diversas posiçÔes dentro do Ăștero, o que exigiu um acompanhamento mais rigoroso. “JĂĄ iniciei a gestação com a classificação de alto risco. Tive dois grandes sangramentos no inĂ­cio e meu colo uterino estava curto para a idade gestacional”, relata Amanda.


Ela passou a seguir uma rotina com restriçÔes, repouso e cuidados especiais. Ainda assim, a gravidez evoluiu bem.


Nascimento do Bernardo


O parto aconteceu no dia 4 de maio, apĂłs Amanda acordar com um novo sangramento. Ao chegar Ă  maternidade, foi constatado que a bolsa havia se rompido. No exame cardiotocogrĂĄfico, os batimentos cardĂ­acos do bebĂȘ estavam elevados, indicando taquicardia.


“Minha primeira opção era o parto normal, mas naquele momento nĂŁo era seguro esperar a evolução. Conversamos com a mĂ©dica e optamos pela cesĂĄrea”, relata Amanda.


Bernardo nasceu com 35 semanas e 5 dias, o que Ă© considerado prematuro, mas sem complicaçÔes. “NĂŁo foi necessĂĄrio UTI ou qualquer intervenção. Fizemos corticoide prĂ©vio ao nascimento para maturação pulmonar. Ele estĂĄ Ăłtimo e jĂĄ em casa”, conta.



Logo apĂłs o nascimento, a obstetra mostrou Bernardo para a mĂŁe. Foi quando a famĂ­lia percebeu que o DIU havia saĂ­do junto com o bebĂȘ, colado ao bumbum.


“Vimos na hora. A mĂ©dica trouxe o Bernardo para perto de mim e o papai registrou o momento. NĂłs e toda a equipe começamos a rir de emoção, felicidade e surpresa, tudo junto”, relembra.


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DIU nĂŁo prejudica a fertilidade e pode doer menos se for colocado corretamente
O DIU Ă© um pequeno objeto de plĂĄstico em formato de T, com fios na ponta principal. Ao ser inserido no Ăștero, se acomoda na parede do ĂłrgĂŁo com suas hastes na entrada das trompas, liberando substĂąncias que impedem a gravidez.
O DIU tem validade de cinco a 10 anos
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O dispositivo intrauterino (DIU) é extremamente seguro e eficaz, tem algumas vantagens sobre outros métodos, como as pílulas, e ainda permite que a mulher passe vårios anos sem se preocupar com a contracepção.

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DIU nĂŁo prejudica a fertilidade e pode doer menos se for colocado corretamente

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O DIU Ă© um pequeno objeto de plĂĄstico em formato de T, com fios na ponta principal. Ao ser inserido no Ăștero, se acomoda na parede do ĂłrgĂŁo com suas hastes na entrada das trompas, liberando substĂąncias que impedem a gravidez.

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O DIU tem validade de cinco a 10 anos

Gui Primola/Arte MetrĂłpoles

A gravidez mesmo com uso de DIU


Rafaela, que atua em Brasília, explica que o DIU Kyleena estava bem posicionado e é considerado um dos métodos contraceptivos mais seguros, com eficåcia superior a 99%. Ainda assim, hå uma taxa de falha estimada em 0,2%, o que significa que duas a cada 1 mil mulheres podem engravidar mesmo com o dispositivo.


“É comum que o DIU mude de posição durante a evolução da gestação. Ele pode aderir Ă  placenta, se inserir na musculatura uterina ou migrar para perto do colo do Ăștero. Normalmente, ele permanece fora da bolsa amniĂłtica”, esclarece a especialista.


No caso de Bernardo, o rompimento precoce da bolsa fez com que o DIU entrasse em contato com o bebĂȘ. A aderĂȘncia Ă  pele aconteceu por conta do vernix, e nĂŁo ofereceu risco Ă  criança.


A médica explica que, ao se confirmar uma gravidez com DIU, o ideal é avaliar a retirada do dispositivo, desde que ele esteja distante do embrião e possa ser removido com segurança. Em casos onde a manipulação representa risco ao feto, a recomendação é manter o dispositivo e seguir com acompanhamento de alto risco.


Mesmo apĂłs a experiĂȘncia, Amanda diz que ainda confia no DIU como mĂ©todo contraceptivo. “JĂĄ usei pĂ­lulas e dois tipos de DIU. O Kyleena foi o mais confortĂĄvel para mim. Sabendo que tudo foi bem acompanhado e que vencemos tantos obstĂĄculos nessa gestação, sĂł posso acreditar que era para acontecer. Respeito quem nĂŁo acredita, mas eu vivi milagres”, finaliza.


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